Depoimento: Alessandra

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Chamo-me Alessandra, sou brasileira e moro em Portugal há 10 anos. Casei-me em 1998. Em 2001, eu e o meu marido pensamos na idéia de ter um filho da nossa união. Tentamos durante um ano e nada de eu engravidar. Fiz tratamento para infertilidade em 2002 e no mês de julho deu resultado positivo, finalmente descobri a gravidez por uma ecografia. Saí do consultório me sentindo a mulher mais feliz do mundo.

Até que em finais do mês de agosto, a médica detectou a presença de um saco embrionário sem embrião no seu interior. O meu sentimento naquele momento foi de revolta; e vivia me perguntando o porque de acontecer comigo. Com o tempo fui regenerando-me. Ainda tentei depois desta com mais tratamento, mas ao fim de algum tempo parei com a idéia e o que tem que acontecer acontece sem tratamento; a vontade è Dele.

No dia 13 de maio de 2004, senti umas dores e fui nas urgências. Descobri que eu andava grávida de 2 meses e 3 dias. No momento de ouvir os batimentos do meu querido bebé foi uma explosão de alegria, finalmente estava grávida. Nessa mesma noite o azar bateu-me a porta. Sangrei e lá fui de novo ao hospital, onde fiquei internada durante 5 dias e em repouso até ao quarto mês. Mas esta consegui levar a quase termo.

Nasceu o meu pequenino menino com 36 semanas ao qual pus o nome de João Filipe. Era lindo desde de pequenino. Mas nasceu com uma cardiopatia congénita, tendo que fazer uma cirurgia com 9 dias de vida para lhe salvarem a vida. E conseguiu. O meu menino guerreiro, foi crescendo aos poucos e tratado por todos com muito amor, dedicação e carinho.

Em fevereiro deste ano, levei-o para a cirurgia de correcção do seu coraçãozinho. Ficou muito sofrido e debilitado. Infelizmente um maldito fungo de nome aspergilus, se alojou em seu organismo, que levou o meu filho em 29 de março deste ano, um dia antes, dele fazer 16 meses. Este foi o pior de todos os momentos pelos quais já passei, isso posso garantir.

Como não faço nenhum método contraceptivo, descobri uma gravidez no começo de novembro. No domingo, 20/11, comecei a sangrar e fui ao hospital, e para meu espanto, a médica diz-me que viu um saco embrionário sem embrião.

Como estou de cinco semanas era cedo de tirar uma conclusão e pediu que eu voltasse na quinta-feira, 24/11. Agora estou a espera, e como diz o ditado "quem espera, desespera", vamos ver o que vai se passar amanhã.

Até gostaria que visse o embrião e que daqui algum tempo, eu descobrisse que ia ter outro menino, assim eu tinha a esperança de que o meu anjo e guerreiro voltaria. Se assim não for, posso continuar a falar, triste ano de 2006.

Alessandra enviou seu depoimento por e-mail no dia 22 de novembro.

Felizmente escreveu novamente no dia seguinte (23/11):


Ana Paula, fiquei muito contente que você leu o meu e-mail. Autorizo o meu depoimento, penso que seja de encorajamento para aquelas que se encontram no desespero pelo qual já passei. Não é por ser meu depoimento, mas acho a história muito marcante para a vida de uma mulher.

Hoje estou muito feliz. Fui a uma consulta, aquela tal que tinha referido, afinal, me encontro grávida. Tenho 6 semanas de gestação, com o embriãozinho, e com batimentos cardíacos. Digo a essas mulheres que se encontram no desespero, que tenham fé, e como sempre digo, a esperança é a última que morre. Beijinhos a todas que estiveram a ler o meu depoimento. Boa Sorte.